NR-1 e Saúde Mental: O Papel Estratégico das Empresas na Nova Regulamentação

NR-1 e Saúde Mental: Sustentabilidade Além do Meio Ambiente

Sabemos que a longevidade e a resiliência de uma organização estão diretamente ligadas ao bem-estar de seus colaboradores. Ainda assim, algumas empresas limitam a sustentabilidade na esfera ambiental, ignorando o impacto dos fatores sociais na produtividade, na retenção de talentos e na satisfação da marca.

A recente atualização da NR-1 traz um olhar necessário para a saúde mental no trabalho, exigindo que as empresas adotem medidas preventivas e corretivas externas ao bem-estar psicológico dos funcionários. Mais do que uma obrigação legal, essa mudança representa uma oportunidade para estruturar ambientes mais saudáveis, equilibrados e inclusivos.

Diante desse cenário, as empresas precisam encarar a sustentabilidade social como um pilar estratégico, garantindo que políticas de inclusão, segurança psicológica e bem-estar sejam inseridas na cultura organizacional de forma genuína e eficaz.

As mudanças trazidas pela NR-1 representam um marco para os trabalhadores e uma oportunidade para que líderes repensem seus modelos de gestão com mais sensibilidade e responsabilidade. A alta liderança e o RH terão um papel essencial na capacitação das lideranças e na conscientização dos colaboradores. Somente com o engajamento de todos, a NR-1 poderá gerar os impactos positivos esperados, promovendo mais qualidade de vida para os profissionais em todos os níveis hierárquicos e, ao mesmo tempo, reduzindo os custos de tributação previdenciária para as empresas, comenta Airton, Fundador e Consultor de ESG da Prosustent.

A adequação à NR-1 não deve ser vista apenas como uma obrigação regulatória, mas como um avanço essencial na construção de ambientes de trabalho mais saudáveis ​​e produtivos. Empresas que investem na saúde mental de seus colaboradores não apenas protegem afastamentos e passivos trabalhistas, mas também fortalecem sua confiança e competitividade no mercado.

O futuro do trabalho exige organizações mais humanizadas, que reconhecem que o sucesso corporativo está diretamente ligado ao bem-estar das pessoas que o constroem. A sustentabilidade empresarial vai além do meio ambiente — ela começa dentro da empresa, com um ambiente seguro, inclusivo e preparado para os desafios do mundo atual.

Desafios no Ambiente Corporativo

A falta de atenção à saúde mental e ao bem-estar no trabalho tem impactos reais. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 30% dos trabalhadores brasileiros já sofreram algum tipo de assédio moral no ambiente corporativo. Além disso, estudos de consultoria e recrutamento mostram que determinados grupos — como mulheres, pessoas negras, PCDs, LGBT+ e trabalhadores acima de 60 anos — enfrentam desafios adicionais, como discriminação, baixa representatividade e desigualdade de oportunidades.

Esses fatores não apenas prejudicaram os indivíduos, mas também afetaram a competitividade das empresas. Ambientes de trabalho tóxicos para altas taxas de rotatividade, afastamentos por transtornos psicológicos e dificuldades na atração e retenção de talentos.

1. Identificação e Avaliação dos Riscos Psicossociais

  • Mapear fatores de risco como sobrecarga de trabalho, assédio, conflitos interpessoais e falta de autonomia.
  • Integrar esses riscos ao Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) .

2. Implementação de Medidas Preventivas e Corretivas

  • Revisão de metas e carga de trabalho para evitar combustão.
  • Promoção de um ambiente organizacional saudável , baseado no respeito e na diversidade.
  • Treinamentos para líderes e colaboradores sobre saúde mental e prevenção de assédio.
  • Canais de escuta ativa , como apoio psicológico e ouvidoria.

3. Monitoramento e Acompanhamento Contínuo

  • Criar indicadores para medir impactos na saúde mental.
  • Realizar pesquisas de clima organizacional para antecipar problemas.
  • Acompanhar afastamentos por transtornos mentais e suas causas.

4. O Papel do RH na Transformação Organizacional

O setor de RH será peça-chave na melhoria dessas mudanças. Desde a adaptação das políticas internas até a capacitação de gestores, a área deve garantir que a cultura corporativa incorpore práticas saudáveis ​​e sustentáveis ​​para todos os colaboradores.

Além de garantir a conformidade com a NR-1, essas ações asseguram a saúde mental do trabalhador e consequentemente melhoram a sua qualidade de vida dentro e fora da empresa, os afastamentos, aumentam a produtividade e minimizam os investimentos financeiros no FAP e na folha patronal .

Sua empresa já começou esse movimento? Quais desafios você enxerga nessa jornada? Deixe seu comentário!